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A Quadrante, empresa portuguesa de engenharia que era até agora detida a 100% pelos quatro sócios fundadores, passou a ter a Henko Partners, um “private equity” com sede em Madrid, como acionista, com 49,5%.
Em entrevista ao Negócios, Nuno Costa, CEO da Quadrante, explicou que a entrada do fundo espanhol, concretizada no fim de 2023, tem como objetivo “ter um parceiro que permita acelerar aquisições internacionais e aumentar a ambição de crescimento”.
É que se a empresa conseguiu em 2023, dois anos antes do previsto no plano estratégico, superar a meta de duplicar a sua dimensão, não conseguiu cumprir o objetivo de adquirir empresas para reforçar competências e mercados.
“Não conseguimos concluir aquisições com a mesma habilidade com que fizemos o crescimento orgânico”, reconhece Nuno Costa, adiantando que “queríamos ter feito três aquisições e só fizemos uma, no Brasil, e com quase um ano e meio de atraso”. “Não conseguimos encontrar as empresas que queríamos, demorámos muito tempo nas análises e fomos mais lentos do que gostaríamos”, lamentou, acrescentando que, por essa razão, “surgiu a ideia de encontrarmos um fundo que nos ajudasse a fazer isso”.
Sem avançar o valor pago pela Henko Partners, por ser confidencial, Nuno Costa explicou que no processo de seleção do parceiro foram definidos como critérios que tivesse experiência em processos de crescimento a nível internacional, assim como em empresas de serviços, ou seja, que “entendesse que gerir pessoas e reter talento é a essência da Quadrante”.
Os quatro fundadores asseguram agora, em partes iguais, 50,5% da empresa de consultoria e projeto de arquitetura e engenharia, que passará a ter um quinto elemento na administração ligado ao novo investidor, o qual, diz Nuno Costa, “fará aumentar os fundos disponíveis para a Quadrante crescer por aquisições nos próximos anos”.
Hoje, a empresa soma vendas de cerca de 50 milhões de euros e conta com 470 colaboradores. De acordo com o responsável, o novo plano estratégico 2024-2028 “vai implicar crescer outra vez para o dobro, até aos 100 milhões de euros de vendas e para 1.200 colaboradores”. O foco do crescimento, frisa, “será totalmente internacional, em mercados europeus e nos EUA, e centrado em três setores: energia, mobilidade e cidades sustentáveis”. “Temos um desígnio como Humanidade, que é cumprir os ESG [‘Environmental, Social, and Corporate Governance‘, na sigla em inglês] definidos pela ONU, que têm a ver com a descarbonização da economia, o que implica uma transformação muito grande das infraestruturas existentes”, afirma Nuno Costa.
O CEO da Quadrante explica que, “numa primeira fase, o grupo pretende fazer aquisições em Espanha e, na fase seguinte, vai olhar para França e Alemanha e depois para os Estados Unidos”. No radar estão empresas de engenharia com competências nas áreas da energia, mobilidade e cidades sustentáveis.
O responsável revela que ao longo deste último ano a Quadrante analisou já um conjunto de empresas “que têm um ‘fit‘ grande com a nossa estratégia”, tendo neste momento em curso negociações com uma em Portugal e duas em Espanha. Para este ano, está prevista a concretização de duas compras no país vizinho, a primeira ainda este semestre. Em cima da mesa está a aquisição de empresas em Espanha com faturações entre os 20 e os 35 milhões de euros.
No total, estão previstas 4 a 5 aquisições, mas o número final “vai depender da sua dimensão, já que podem ser mais se forem empresas mais pequenas ou podem ser menos se forem empresas maiores”.
A Quadrante não definiu um teto para o conjunto das aquisições que quer fazer até 2028, explicando Nuno Costa que esse valor “é o que o fundo vai investir e que os sócios também se comprometeram a reinvestir”. O CEO reconhece que “é difícil” fazer aquisições em Portugal e Espanha onde existem muitas empresas pequenas que têm ainda à frente os fundadores. Na mira da Quadrante estão empresas com problemas de sucessão ou de jovens que preferem ter uma posição mais pequena numa empresa maior do que ter uma posição grande numa empresa pequena. A intenção da Quadrante é ficar sempre com a maioria do capital, mas mantendo como sócios os atuais proprietários.
Atualmente com centros de produção e desenvolvimento de negócio em Portugal, Roménia, Brasil e Chile, e escritórios em Franca, Argélia, Angola e Moçambique, a Quadrante deixa África e América Latina fora dos planos de aquisição por serem “mercados onde podemos crescer organicamente”, diz Nuno Costa, para quem, pelo contrário, na Europa “é mais difícil crescer organicamente e mais fácil através da compra de empresas”
Como caracteriza o setor da engenharia em Portugal?
Existem centenas e centenas de pequenas empresas que tem uma capacidade de investimento muito limitada. O mesmo acontece com a capacidade de dar formação e assumir responsabilidades perante os clientes. Isso não é sustentável num contexto em que vai haver cada vez maior digitalização do setor e, para isso, são precisos investimentos enormes em tecnologia, formação e no chamado “reskilling“.
Precisam de ganhar escala?
Grande parte dos atrasos e dos sobrecustos das obras públicas têm a ver com a forma como os clientes contratam. O cliente público tem contratado muito pelo preço mais baixo, mas já há movimentos que vão levar a outros critérios, como o “track record” da empresa, a sua dimensão ou a capacidade dos seus recursos humanos. É natural que o “procurement” público e o de clientes privados vá convergir para empresas maiores. Isso vai obrigar a uma consolidação das empresas de engenharia.
Porque é que há tantas centenas de empresas?
Os clientes não dão importância à dimensão das empresas ainda. E, do lado das empresas, o mercado português é de altos e baixos e os empresários não têm tendência para criarem grandes estruturas porque sentem alguma insegurança no mercado.
A haver consolidação em Portugal, a Quadrante será um interveniente?
Já adquirimos em Portugal 4 empresas. São poucas ainda mas estamos a fazer isso. A concentração é fundamental para o setor. À medida que for necessário ir aumentando a velocidade de implementação dos investimentos, terá de haver empresas de maior dimensão em Portugal, porque senão vamos estar sujeitos a que, mais uma vez, sejam as empresas estrangeiras a fazer aquilo que a engenharia portuguesa pode perfeitamente fazer.
São muitas as empresas estrangeiras em Portugal?
Cada vez existem mais, especialmente espanholas. Acredito que, no futuro, até francesas entrarão no nosso mercado. Há uma série de fatores que se alinham para que, tal como acontece noutros setores, a concentração seja inevitável.
Hoje, a empresa soma vendas de cerca de 50 milhões de euros e conta com 470 colaboradores. De acordo com o responsável, o novo plano estratégico 2024-2028 “vai implicar crescer outra vez para o dobro, até aos 100 milhões de euros de vendas e para 1.200 colaboradores”. O foco do crescimento, frisa, “será totalmente internacional, em mercados europeus e nos EUA, e centrado em três setores: energia, mobilidade e cidades sustentáveis”. “Temos um desígnio como Humanidade, que é cumprir os ESG [‘Environmental, Social, and Corporate Governance‘, na sigla em inglês] definidos pela ONU, que têm a ver com a descarbonização da economia, o que implica uma transformação muito grande das infraestruturas existentes”, afirma Nuno Costa.
É que se a empresa conseguiu em 2023, dois anos antes do previsto no plano estratégico, superar a meta de duplicar a sua dimensão, não conseguiu cumprir o objetivo de adquirir empresas para reforçar competências e mercados.
É que se a empresa conseguiu em 2023, dois anos antes do previsto no plano estratégico, superar a meta de duplicar a sua dimensão, não conseguiu cumprir o objetivo de adquirir empresas para reforçar competências e mercados.
“Não conseguimos concluir aquisições com a mesma habilidade com que fizemos o crescimento orgânico”, reconhece Nuno Costa, adiantando que “queríamos ter feito três aquisições e só fizemos uma, no Brasil, e com quase um ano e meio de atraso”. “Não conseguimos encontrar as empresas que queríamos, demorámos muito tempo nas análises e fomos mais lentos do que gostaríamos”, lamentou, acrescentando que, por essa razão, “surgiu a ideia de encontrarmos um fundo que nos ajudasse a fazer isso”.